sábado, 26 de abril de 2008

COMPARATIVIDADE

Tento compreender a corrida insana da humanidade na elaboração e fomentação de discursos que tragam explicações sobre os nossos procedimentos físicos. Fica a impressão de que para cada ato humano existe um elo espiritual correspondente. Ou ainda, que somos máquinas programáveis nas mãos de inteligências acima da nossa compreensão. Se existe uma programação, ela não pode ser textualizada por mentes lúcidas e mais inteligentes. O mundo, desde que é o mundo, sempre caminhou sobre a égide da violência e do amor. São pares de uma filosofia dispare. Parece incoerente a afirmação. Mas, não haveria como dar compreensão ao amor se a ordem da comparatividade fosse quebrada. E a não existência do amor não produz a existência do ódio. Assim também a recíproca é verdadeira. Observo atentamente que, os milênios apresentam suas teorias novas, e a queda de conceitos tornam-se cada vez mais comuns em nossa sociedade. O que se pensava ontem, não se pensa hoje e não se pensará amanhã. Isso eu entendo ser natural. E isso não tem significado dogmático e nem conceitual. Não é uma nova ordem. Não é uma nova era. À medida que exploramos nossa mente, dando liberdade para que o pensamento crie e levante vôo desse plano físico e limitado, tudo pode acontecer. Não quero me iludir com novas teorias. Religiões, filosofias, ciência, não estabelecem a verdade ou verdades. Não busco verdades. No meu entendimento, o plano espiritual é algo que a individualidade de cada criatura desenha e pinta como quer. A sensibilidade de cada ser humano, dispõe de forma objetiva, para a sua própria satisfação, um enredo próprio para suas convicções. Não há um coletivo pensante na Terra. Há teorias. Conscienciologia. Psicologia. Terapias. O que me conduz para uma luz é a sintonia que nasce entre as minhas retinas e o foco em si. A luz pode ofuscar minha vista, daí eu a evitarei. Quando esse contato é agradável, meus olhos a aceitam e meu cérebro elabora um projeto de reconhecimento e aproximação. Há uma liberdade processual no interior de cada ser humano. Não somos criaturas programáveis ou programadas. Isso mata o direito cosmológico do existir em conformidade com o direito de escolher. Se sou programado, não posso assumir a responsabilidade de minhas ações. O computador é uma máquina que o homem programa para executar tarefas. Se as tarefas dão mal resultado é porque foram mal programadas. Não pelo computador, mas pelo seu criador. O homem é um criador e ao mesmo tempo um ser criado. Criar um bom programa significa ter um bom resultado. E a humanidade não é um bom resultado. Ela é uma miscigenação conceitual, onde a busca de valores acabam pisoteando a liberdade de se dizer sim ou não. Há quem se considere mais inteligente e use isso para produzir nas mentes um “modus operandis” adotado em princípios milenares na pedagogia do medo. Inferno e céu são criações mentais. São situações vividas no dia a dia. Um ato de amor significa céu. O contrário é o inferno. São formas figurativas para que haja um entendimento entre o bem e o mal.
A adoção de qualquer postura diante da vastidão intelectual que se renova em tempo avassalador, não pondera e provoca um auto-atropelamento, e o que se cria é mais confusão. O plano espiritual, se realidade ou não, a continuidade da existência, se realidade ou não, não modifica o caráter de quem quer que seja. A pessoa é que determina os passos a serem dados sobre a Terra. Os loucos, insanos, desprovidos da capacidade do raciocínio, pelas impossibilidades biológicas na formação do físico, não podem ser codificados como espíritos que viveram em vidas passadas em pleno sacrilégio daquilo que é considerado conceito religioso da maioria. Essa forma de pensar deixa tudo arrumadinho na prateleira da existência. E não é assim. O que há é uma vontade de se viver em paz diante das desgraças e da violência. E isso é possível na adoção de um sentimento apenas, o amor incondicional. A tudo e a todos. É o desafio que a humanidade não aceitou. Amar incondicionalmente.
Quanto mais complicamos nossas teorias, mais difícil fica a transformação dessa grande massa que não quer pensar. As mudanças são necessárias porque é uma questão de inteligência. Quem gosta da guerra? Os fabricantes de armamentos. Quem gosta da paz? Os seres humanos que abominam a violência e os conceitos separatistas. Eu transformo o mundo quando essa transformação dá-se em primeiro lugar na minha consciência. Independente de qualquer ensinamento ou pedagogia humana. É o eu comigo mesmo. Uma proposta justa e digna de qualquer ser pensante. Do intelectual ao homem simples. Da mulher a criança. A pedagogia mais eficiente, que não é intolerante, que não preconceitua, que não discrimina, chama-se amor. E amor é sentimento. Não existem universidades do amor. Não se diplomam pessoas pelo amor que possuem e doam. O amor nasce quando nascemos todos nós. O amor se dá a cada milésimo de segundo, enquanto dormimos ou caminhamos, para o que achamos ser evolução. Sobre qual ponto de vista? A teoria da relatividade pode ser aplicada em tudo o que é conceito. Por ser conceito não pode ser absoluto, já se falou isso na nossa história.
Então, diante do exposto, aprendi a viver pelo amor que tenho. Em acreditar no que vivo e sinto. A perceber que a igualdade humana é tamanha que me deixa absolutamente a vontade para não criar ídolos e nem santos. Não quero ser seguidor e nem ser seguido. Quero apenas viver na plena consciência de que sou o que sou para que todos sejam o que são. O que nasce na intenção de se tornar uma verdade, por si só, passa a ser a maior das mentiras. É o que penso, nem por isso é a sua realidade. Mas é a minha. E a vida é um misto de realidades e conceitos, sonhos e ideais, verdades e mentiras. Todos nós somos atiradores de pedras. Quem discordar que não atire a sua....



PRAGMATISMO?
Nossa sociedade já enterrou vítimas e heróis que morreram sob o peso maldito da violência. Continuará enterrando por décadas a continuar nesse caminho materialista e ignorante. Não somos solidários. Filhos e pais trocam palavras que dilaceram a alma. Separam corpos. Desagregam a família. Casais tornam-se tépidos nos sentimentos e de forma promíscua assassinam esperanças de um bom viver. As tragédias sociais são reflexos e causas daquilo que carregamos na mente. Estamos assumindo um estado deplorável de miséria espiritual em todos os segmentos. Há um princípio exulcerativo adoecendo a alma. Há um barulho ensurdecedor em cada espírito provocado pelo marulho das nossas ações ignóbeis. O evoé cresce como oferenda de orgias praticadas contra princípios que deveriam ser respeitados eternamente. Precisamos fazer crescer os arautos de um período melhor. Estamos pisando em areia movediça e afundaremos nossa história entre lágrimas e horror. Há um batismo imposto nas esferas do consumismo. Há espíritos anabatistas que se revoltam pela injúria praticada contra a liberdade de escolha de cada ser humano. O país chora suas tristezas diante de um anjo lançado contra o chão, caindo das alturas. Não se assustem, a violência está banalizada. Outros anjos virão. Mártires. Heróis. Trabalhadores. Sacerdotes. Freiras. Ambientalistas. Poetas. Ainda que o afincamento das idéias de paz seja robusto, o poder exercido pela política do materialismo, de mãos dadas com o consumismo, atropela a razão e o coração. O planeta entra em moratória na tentativa de provocar uma mudança na sociedade. Há cegos e surdos de plantão. O clima vivido é um processo pirético e doentio. O medo, a ansiedade, o estresse, a mentira, a hipocrisia, o preconceito, a discriminação, estupram o sacrossanto direito de viver em paz. Anjos são atirados de prédios, jovens são aniquilados pelas drogas, alcoólatras morrem em hospitais, prostitutas se infectam pelas ruas, políticos guardam dinheiro em paraísos fiscais, pobres morrem de fome, é a canção da sociedade. Diante da realidade minha alma torna-se híbrida. É preciso. Há esperanças, ainda que confusas e inexatas. A mudança é uma necessidade urgente. Você, eu, nós, devemos fazer algo agora. O amanhã é duvida. Ou acabamos com a violência, ou ela acaba com o país.
CONHECIMENTO
O mundo está repleto de crenças e movimentos espirituais. São bilhões de almas espalhadas pelo planeta Terra. Há preconceito. Há discriminação. Há busca. Há encontros. Desencontros. Informações. Mentiras. Ilusões. Um calendário imenso de besteiras e contradições é movido pelo pensamento de cada criatura. “A César o que é de César, a Deus o que é de Deus”. Não tenho que concordar com a maioria e nem me colocar ao lado da minoria. Sou o que sou para que todos sejam o que são. “Penso, portanto existo”. E o existir é mais que ficar patinando em discussões vazias e gélidas sob a égide do psiquismo. Viver experiências é o caminho mais saudável para se chegar a conclusões, principalmente as pessoais. E como penso com minha cabeça e não com o coletivo doente, faço dos meus pensamentos as minhas palavras. Há mistérios que não são reveláveis. Não existe uma forma de monopolizar as forças espirituais. Nenhuma religião, nenhum credo, nenhuma seita, nenhum pensamento filosófico pode ser dono do que se passa fora do perímetro do racional. Fora da racionalidade, onde não funcionam os instrumentos limitados dos seres humanos, o que acontece são vibrações psicobiofísicas livres e completamente inócuas aos efeitos materiais da nossa mente. A quem cabe a responsabilidade da vida? Quem foi o autor das obras divinas? Quem pintou o céu e o bordou com estrelas cintilantes? Não gosto de suposições, e diante desses questionamentos, não aceito explicações religiosas. São fúteis. São limitadíssimas. São manipulações de idéias. São formas pensamentos de esferas que já se foram e ainda perturbam o presente. Diante do icogniscível não devo me curvar e aceitar o primeiro bonde. Sou um ser de inteligência rara. Sou ser humano. Você também é. Como se enfileirar nessa procissão de cobaias a caminho de um patíbulo escroto e profano? Os mistérios insondáveis da criação não nos pertencem. As cabeças ficam povoadas de conceitos e a alma escapa diante da inoperância da mente. Como disse um grande pensador: “Só sei que nada sei”. “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que possa imaginar nossa vã filosofia”. Discussões fomentam e exercitam a musculatura imbecil da nossa língua. São necessárias, afinal estamos engatinhando nos princípios eternos da espiritualidade. Somos amebas uniformizadas em desfile de gala pela estrada da nossa ignorância. A decorrência das nossas ações estão registradas no nosso dia a dia. Precisamos estudar mais. Paz a todos.