segunda-feira, 26 de maio de 2008



SE EU FOSSE UM DEUS
Se eu fosse um deus, criaria pássaros belíssimos e permitia que eles voassem pelo mundo todo enfeitando todos os céus. Permitiria que existissem os ribeirões, rios, mares e oceanos com suas águas a transportarem vidas e belezas. Povoaria todos eles, com milhões de peixes a disputarem a sobrevivência sem ferocidade e mortandade indiscriminada, alimentando-se do divino plâncton. Criaria as matas e florestas, milhões de árvores frutíferas, cobertas de flores, fazendo o equilíbrio necessário para a nossa oxigenação. Deixaria os pequenos, médios e grandes animais correrem pelas planícies, prados, soltando seus gritos de liberdade e vida plena. As borboletas cortariam os céus iluminando a terra com suas matizes de cores brilhantes. As chuvas desceriam pelas encostas das montanhas, engrossando os ribeirões e rios, formando as cascatas e cachoeiras de águas prateadas. Enfeitaria o céu a noite com estrelas e lua, planetas e astros que deixariam seus rastros de fogo sem a mínima destruição. O sol aqueceria a terra e os corações de todos os seres criados. Fortaleceria as folhas e flores das plantas. Provocaria o processo da fotossíntese na recuperação da vida em abundancia. Insetos, milhões, seriam pequenas preciosidades coloridas, ponto a ponto, no distanciamento entre o céu e a terra. Vulcões vomitariam fogo para livrar a pressão do solo e não permitir tragédias. Não haveria tsunamis. Nem terremotos. Os acontecimentos seriam suaves e equilibrados. A dança da existência tornaria a vida um desejo de viver. A morte não seria temida, mas não seria desejada porque a vida na terra seria a vida em um paraíso. A unidade perfeita na mais sublime das dimensões. O planeta Terra estaria configurado na benção maior de todos os outros mundos. As chuvas não seriam ácidas e nem haveria fogo nas florestas. A poluição dos ribeirões, rios, mares e oceanos não teria motivo para existir. O ar não seria rarefeito. Não haveriam partículas venenosas a competir com o oxigênio. O chão da minha cidade não estaria contaminado por escórias de chumbo. Se eu fosse um deus eu faria tudo isso e mais uma coisa que acho de muita importância. Eu não criaria os seres humanos. Não comprometeria minha obra prima com essa criatura ingrata e mesquinha. Se eu fosse um deus, seria um deus diferente para sentir o preconceito das pessoas. Se eu fosse um deus, não teria a forma humana, pertenceria a uma forma inexata, desafiando a raça humana a me aceitar como era. Se eu fosse um deus....