segunda-feira, 19 de janeiro de 2009




VIVER E CONVIVER
A vida é um grande livro, ainda que em alguns casos, as páginas não sejam muitas. Arrancadas, dobradas, marcadas, essas páginas é que definem o caráter da pessoa. Houve tempos, sem saudosismo, em que um fio de bigode garantia o pagamento da conta fixada no prego. Hoje, nem mesmo a ação judicial, permite que os compromissos sejam assumidos. Estragamos pratos apetitosos na convivência humana. Os sabores, a qualidade, o aroma, foram triturados e lançados ao lixo pela nossa ambição e necessidade de consumo imediato. A chegada dos produtos descartáveis, de forma inconsciente, transformou a amizade, o carinho, o respeito, o caráter, e até o próprio amor, em sentimentos voláteis, sem raízes que se fixem, para a sustentabilidade no nosso dia a dia. Casais são gladiadores a disputar na arena da vida o melhor conceito diante da sociedade. E viver correndo, na direção dos conceitos é fragilizar a alma humana, que reconhece nos conceitos, uma pobreza indiscutível. Conceitos não são absolutos. E a vida pede absolutismo nas suas prerrogativas, valorização das suas páginas, respeito com a história vivida entre suor, alegria e lágrimas. Imagina-se ser possível estabelecer na sociedade, um princípio de valorização dos sentimentos, que nos diferenciem dos outros animais. Isso é uma realidade. Podemos introduzir na nossa alma, ainda há tempo, o que eliminamos em troca de toda essa parafernália projetada pelo progresso, ou seja, os valores indispensáveis para nosso conforto espiritual. A cama automática, colchão d´água, o sofá massageador, o telefone celular, os automóveis de luxo, os apartamentos personalizados, os aviões e trens cada vez mais rápidos, os ônibus leitos com mordomias a bordo e tantas outras obras humanas, significam apenas o avanço tecnológico. Construímos o prazer para o corpo e desajustamos a alma. Desesperados, confusos, inchamos os templos religiosos, na esperança de recuperar o que trocamos com o conforto material e o tão cobiçado progresso. E muitas religiões estão materializando a fé, onde o mais importante é o ter, ser é apenas mais um detalhe. Se nosso desejo for sincero, se queremos resgatar os valores da alma humana, precisamos de uma reeducação imediata, colocando como matéria principal o amor, a toda e qualquer criatura. Será um bom começo, no entanto, há muito para ser feito. Muita paz a todos.
CONSCIENCIOTERAPIA
O futuro nos reserva um estágio de cura que eliminará quase na totalidade os produtos medicamentosos. As crises existenciais, a depressão, o medo, enfim, as fobias, serão documentadas através da mentalização da problemática, de forma antecipada ao estágio do mal, evitando a queda do problema no organismo. Todos os doentes mentais iniciam a rotina que os levarão para as casas de saúde, através de uma retenção provocada por algo que o feriu psicologicamente e acabou sendo sedimentado na memória. Incapaz de submeter à mente a uma avaliação prática, na intenção de detectar o mal antes da sua instalação no físico, fica difícil evitar a depressão. As causas precisam ser levantadas no âmago, no interior da mente, e todos os métodos de cura estão na raiz do problema. Eles podem ser causados pela profissão, pela sexualidade, por cirurgias traumáticas, vasectomia, retirada do útero, da mama, ainda que, em alguns casos, sejam da própria solicitação do paciente. Há uma precipitação em algumas atitudes. Muitos casos precisam ser analisados pela paragenética. A meditação que não leva a pessoa ao conhecimento de si mesma, reconhecendo suas fraquezas, projetando-se na intenção de obter revelações para melhorar seus pensamentos e ações, é praticamente nula. A limpeza cósmica inicia-se na limpeza individual. Eu limpo, melhorado na minha forma de agir, trará para a cosmologia e a cosmogonia, um estado de limpeza, ainda que seja mínima. Precisamos entender que os grãos de areia são minúsculos, mas não podemos nos esquecer que são eles todos que formam as mais belas praias. Se a maioria das pessoas praticarem a autolimpeza, espiritual e física, o planeta será beneficiado. Isso deve ser feito com plena consciência. É aí que entra a consciencioterapia. Um estágio avançado de exercer sobre si uma fiscalização, uma reciclagem objetiva, retirando as placas bacterianas da alma, acumuladas pelas várias passagens no plano físico. Com esse procedimento, o estado mental patrocinará um elevado número de curas, uma profilaxia generosa, evitando o surgimento de novos casos depressivos ou afins. A caminhada do homem sobre a Terra não poderia se limitar a conceitos ortodoxos e manchados pela dogmatização e dominação do espírito livre. Não será possível impedir o avanço da conscienciologia sobre as outras formas de libertação dos seres humanos de suas próprias formas pensantes registradas nos anais da história.

EM RAZÃO DA VIDA

O tempo que se arrastou com esse pesado fardo de ignorância humana, no pisoteamento dos valores insubstituíveis, nesse legado de nulidades em nome de um progresso carcomido pelas mentiras, reflete-se na alma dos que amam a vida e vida em plenitude. Quem defende ideologias recheadas de valores, entre elas, o respeito a natureza divina que brota em cada esquina, afugenta-se no intimo da alma, mesclando amor e indignação. A cegueira absoluta que abrigou-se nos olhos dos políticos, da maioria das pessoas, não pode ser curada pelos nossos esforços em favor da vida. Nesse terreno político, onde o que predomina é a safadeza, a ironia, o descaso e a incompetência, somos considerados seres alucinados, fanáticos, confusos, em tentar preservar a vida em todos os seus segmentos. No contexto geral, alavancado pelo consumismo irrestrito, grama plástica, pássaros eletrônicos, árvores de cimento, recebem selos de aprovação dos governos, afinal, o ódio contra a natureza divina das coisas, alimenta a indústria da corrupção, que envenena de forma mortal as matas e extingue a fauna. A artificialidade, parida pelo abuso do poder, pelo financiamento de interesses escusos, sufoca o espírito liberto que agoniza suas ultimas odes em favor da vida. Nós sabemos onde estão os lixos humanos, e reconhecemos que a natureza é a grande lixeira. A vida pulsa no compasso moribundo de um coração febril e alucinado em sobreviver. Comercializamos o amor. Estupramos os direitos. Enforcamos as prerrogativas que sustentavam os sonhos e ideais. Assassinamos os sonhadores e idealistas. Defender a vida é solicitar a morte elaborada dentro dos gabinetes políticos. Há uma sujeira que não pode ser varrida sob o tapete dessa realidade. Ela sedimentou-se no calendário das propostas em favor do progresso. Ela é senhora absoluta na sustentabilidade do descaso, da corrupção, da política, assinada pela conivência, que ousamos em detrimento aos nossos direitos, chamar de conveniência. Nas hostes palacianas, nos conluios do Planalto Central, nos nichos da cancerosa politicagem, a vida recebeu o selo que o preconceito em muitos países, colou na testa dos seus párias. Eu sempre defenderei a vida, ainda que ela esteja morrendo.