segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O MEU AMOR

Há quem considere o amor uma plataforma para a aceitação passiva, sem reações, submetendo a alma ao silencio castrante e impositivo. Amar não é enganar-se. O amor concede ao ser uma estadia nos planos da coerência pacífica do divino. Não exija dos que amam, a paciência eterna e a pedagogia infinita da paz. Amar não é esmagar sob os pés os ideais a serem objetivados e conquistados. Quem ama, não faz cara de idiota diante daqueles que promovem o tripudiar. Amar é reagir às pestes dos interesses pessoais, semeadas pela vaidade humana. Eu amo na medida certa, que se reflete na ação individualizada de cada criatura. Não me obrigue a calar minha voz, segundo seus próprios conceitos a meu respeito. Quem me pintou de santo deve ser um artista fracassado e inútil. Sou homem, e não me envergonho de amar, cometendo erros, disposto a continuar sendo humano. Não crie expectativas diante das minhas ações, vai interromper uma amizade que deveria estar acima dos seus julgamentos. Em meus ombros não nasceram asas. Estou com os pés firmemente alocados no solo desse planeta belo chamado Terra. Não sou anjo. Exigir das criaturas humanas um comportamento semelhante aos dos santos, erguidos pelos dogmas religiosos, ainda que sejam frutos da fantasia necessária ao continuísmo filosofal, é evadir-se do natural e lançar-se ao artificialismo do espírito da matéria. Não me acovardo diante dos meus erros e nem os ignoro. Sinto-me humano quando minhas emoções se afloram, e não me excluo e nem busco a clausura da alma para disfarçar meus defeitos. Todos os meus amigos, se conscientes e conhecedores do que é ser humano, saberão das minhas limitações, e não me crucificarão no madeiro da ignorância, do julgamento precipitado e infeliz. Não me culpem pelas expectativas criadas e lançadas no espaço, pelas suas considerações pessoais. Sou o que sou para que todos sejam o que são. Nada exijo daqueles que caminham nessa mesma estrada da vida. Aprendi nessa escola abençoada a reconhecer as pessoas em suas privativas formas de escolher um caráter. O que posso afirmar é que amo. Amo o amor que não rotula, não se vincula, não escraviza, não condena e nem se preocupa em criar formas e trejeitos espirituais. Não pratico a violência e nem a vaidade. Só não posso ser o que as pessoas desejem que eu seja. Não sou marionete. Tenho alma e gosto de deixá-la bem acima das conjecturas e opiniões pessoais dos que me cercam. Sou rebelde não pela violência impositiva de um caráter doente, no entanto, minha rebeldia pode ser confundida por quem não sabe identificar o meu amor como instrumento de vida e paz. Bem, daí o problema não será meu. Quem desenha o caráter de alguém, sob seus próprios conceitos, pinta um quadro falso que não pode ser exposto na galeria da vida. Fiz-me entender? Um abraço a todos!