sexta-feira, 21 de maio de 2010

SOU O QUE SOU PARA QUE TODOS SEJAM O QUE SÃO


  
Não me vejo mais caminhando nessa estrada por onde caminha a maioria. Minha alma foi marcada pela realidade dos fatos. Meus sonhos, continuam a povoar o meu sono e no dia a dia, são como peças de quebra-cabeças, unindo-se e formando o que minhas ações permitem. A crença da infância sofreu mutações generalizadas. O mundo rosa, tingiu-se de escarlate, transformando os oceanos de águas azuis em depósito de sangue inocente. A origem da vida, em um espaldar de conceitos monoteístas, ou quiçá, politeítas, saiu do casulo e alçou vôo além das montanhas da ignorância. No céu da liberdade, em plena concepção formal, minha alma estabeleceu uma linguagem própria, diferente, rasgando as mordaças que outrora a impediam de falar. Os passos são firmes e não tocam mais os terrenos lamacentos e pegajosos. Não há multidões caminhando ao meu lado. E não há solidão. Nem ranger de dentes. Nem ameaças de fogo de inferno. Estou onde sempre desejei estar. Em mim. Não há bênçãos nem condenações. Meu coração pulsa no pulsar da natureza casta e ao mesmo tempo estuprada. Sou filho do intemporal e dos mistérios que envolvem essa casta sublimada de seres legítimos e livres. Não canto nas soleiras das portas fechadas e nem dos cubículos erguidos por mãos humanas. Não me fecho em templos de tijolos e pedras, madeiras e mármores, ouro e prata, cujos castiçais e cálices são lavados pelas lágrimas dos súditos escravizados e vilipendiados. Estou na nuvem que passa, na tempestade que chega, na neblina que umidifica o ar, no brilho das estrelas, no pio da águia soberana e altiva, na simplicidade de um caracol. Aprendi no amor, que o amor, pelo amor, é o mesmo que a vida pela vida, na vida e com vida. Na placenta divina que me sustentou, antes do meu despertar, não haviam ordens estabelecidas e ingratas, mentirosas e falsas, assim resolvi nascer. Não me confesso diante de nenhum confessor, sou o que sou para que todos sejam o que são, diante das possibilidades que afirmam e apontam para um dizer único e responsável, questionável, o que sou, quem sou?  Não há condenações, nem prisões diante do que resolvi abraçar. Se o continuísmo ainda oblitera na faixa das vibrações carnais, não há motivos para que eu não possa vibrar em órbita de tudo o que está estabelecido. É onde estou. É onde quero ficar.

CARLOS ROBERTO VENTURA
Presidente Interino

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O SILENCIO DOS POLÍTICOS DIANTE DA ESCALADA DA DESTRUIÇÃO


Cada célula, a volitar pelo espaço, representa uma presença viva. Quando praticam a união, formam seres, dão formas as coisas, estabelecem um padrão vibracional, pulsante, aquecido pelo princípio universal do amor incondicional. A vida não depende da raça humana. A raça humana é dependente da vida. No jogo do existir, os homens são os mais terríveis predadores. Assassinos em potencial. Cada indústria poluente representa um gesto exterminador de células. O ar que respiramos é um cenário de partículas nocivas a saúde. Rios e oceanos são canais de esgoto e lixo. Animais são extintos como tribos de índios. O desrespeito e a ambição aliaram-se em nome da destruição. O bom senso não estabelece parâmetros e é pisoteado pelo capitalismo selvagem. Minha insistência em tentar conscientizar empresários, vereadores, prefeitos, governadores, deputados,senadores e presidentes, arrasta-se por décadas, sem que mudanças sejam reveladoras e cheias de esperanças. O continuísmo, o comodismo, os conluios, os acordos indecorosos, dentro do espírito de sustentabilidade de um regime caótico e destuidor, promove a cegueira, a surdez, gerados pela conivência e conveniência.  A palavra de ordem é o progresso a qualquer custo. Hidrelétricas. Usinas Nucleares. Condomínios. Mansões erguidas em santuários ecológicos. Indústrias poluentes. Em minha querida Caçapava não é diferente. Fábricas vomitam seus gases tóxicos no ar, sufocando moradores que não se cansam de reclamar e pedir providências dos órgãos públicos. Esgotos residenciais desfilam pelas avenidas e ruas. Fossas vazam em bairros importantes e populosos. Matas são substituídas por loteamentos e há proprietários de terras que recebem privilégios. Quantos defendem a vida? Quantos engordam seus cofres com a destruição de mananciais, matas, animais silvestres e nascentes d´água? Que silêncio covarde e insano é esse? Não estou preocupado em ser simpático as causas do mal...quero continuar a defender a vida, em todos os seus segmentos, ainda que o Poder Público seja indiferente aos meus apelos. O tempo mostrará...ainda que a tempo, não seja mais possível um tempo para a restauração da Sagrada Mãe Natureza.