segunda-feira, 13 de agosto de 2012

SOLIDÃO


Ontem, sentei-me no banco da solidão que às vezes me visita. Não sei se isso acontece com outras pessoas. O que sei é que ela chega e nem pede licença. Vai se apoderando da gente e toma conta do corpo e da alma. Não reclamo. Ela tem me inspirado bastante para encontrar um jeito de fazer minhas reflexões produzirem mudanças. Sua tolerância é implacável. Manifesta-se na mais louca das diretrizes libertinas e chega ao extremo de tocar as estrelas do firmamento. Aquieto-me na tentativa de não atropelar o momento em êxtase. Ela ancora-se fartamente na minha permissividade de homem. Avança pelas entranhas e chega ao âmago da complexidade espiritual que alimenta minha inteligência. O cérebro. Vem para contabilizar os devaneios, as ações, as omissões, os medos, as certezas, as profanas manias de construir convergências na estrada da vida. Essa solidão é companheira. Nada exige a não ser uma hospedagem temporária no meu íntimo. Sempre deixo que ela se aqueça naquilo que sou. Que leve um pouco do que tenho sem cobranças. Sei que ela amadurece o dia e rejuvenesce a noite. Será sempre boa enquanto visitante. Não a desejo como moradora vitalícia dessa morada que guardo para a alegria. Minha alma precisa sentir o brilho das estrelas, o calor do sol, a brisa da manhã, o canto dos pássaros e as vozes que a sociedade ejacula em seus gozos terrenos. Isso é vida. Pulsação. Não gosto da solidão que enclausura. Ela é uma rota de fuga para as pessoas. Há desafios que devem ser vencidos no dia a dia. A maior de todas as virtudes é conviver com os ataques violentos de uma sociedade insana e rebatê-los com a docilidade de anjos. Solidão que me reforma. Modifica. Estrutura-me. Habilita-me. Ela não confere diplomas nem certificados que possam ser emoldurados para nossa vaidade. Na universidade da vida, a solidão é compositora de uma ária dissonante, tocada a quatro mãos com as pessoas que amamos. Quando nos abandona, deixa marcas que são tatuadas na alma e se estenderão pela eternidade. A interiorização, a reflexão, são aliadas dessa solidão que se objetiva a lançar-me na direção de mim mesmo para expandir-me pelo cosmo. Ontem, sentei-me no banco da solidão que às vezes me visita. Não sei se isso acontece com outras pessoas.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Considerando...

Em uma sociedade doente, gestos e palavras de amor podem ser confundidos com armadilhas sedutoras...amar é avançar o sinal das limitações do relacionamento humano...da amizade...quando a alma percebe a liberdade que o amor oferece, não questiona as palavras e nem os gestos....(Xamã Anguerecó Anguerá) Caçapava/SP/Brazil.

sábado, 28 de maio de 2011

SOU O QUE NÃO QUERO SER



Chora comigo onda que se espalha na praia, suja pelo homem imundo desse mundo que agoniza. Voa comigo, carcará faceiro, que teme voar no ar manchado pelos mísseis das guerras. Canta comigo, sabiá laranjeira que do alto da árvore, se finda na fome, que visita sua vida pelos desmatamentos. Ore comigo, capivara assanhada, paralisada, olhando para o cano da arma, que te aponta o seu furioso algoz. Sorriam comigo, todos os seres, que do patamar da vida, observam o homem escorregando e caindo no poço de lama que ele criou. Salte comigo lebre, sabida, que perdeu seu cerrado e fica escondida em meu quintal. Assovie comigo, saíra de sete cores, que entre os rumores do fim do mundo, bate suas asas na minha direção. Abra-se céu e tombe a chuva, que encanta e amansa a terra ressequida e sofrida, de muitos irmãos. Aborte mãe terra, seus filhos ingratos, que cagaram em ti e não respeitaram nem o colibri. Pisquem comigo, estrelas cadentes,  que ao longe, entre um olhar e um calar, me fazem pensar se haverá um amanhã. Gritem comigo, hienas sensatas, que não se aproximam daqueles que lhes podem comer. Me ensinem ,albatrozes e gaivotas, um vôo perfeito em direção a luz. Sintam o meu cansaço, o meu tropeço, minhas pernas fraquejam no meu querer. Lutem comigo águas perdidas, passando as pedras, atingindo as curvas, de um rio maculado antes mesmo de nascer. Nasçam nascentes da água, que a cada dia fica mais rara de se beber. Vomitem comigo, matas e florestas o pó venenoso da poluição da manhã, que chaminés , escapamentos, num aumento infernal, infectam suas entranhas no pantanal. Pulse vida liberta, que os malfeitores não podem matar. Cavalguem comigo, bestas e burros, zebras e touros, cavalos e asnos, tapir e jegues, sem pátria e sem rumo, esperando o momento para desvanecer. Olhem o relógio do tempo, que trepida na frente da minha vida,  do dia de ontem apagando a fonte do nosso viver. Olhem comigo, a vida que está ferida, de tanto morrer. Falo na voz da formiga, das joaninhas, da mariposa, das borboletas, que se desencantaram de tanto enfeitar os descasos dos homens, insaciáveis, em desrespeitar. Eu sou um elemento que entre tantos momentos se recusa a morrer. Sou água. Sou terra. Sou ar. Sou fogo. Sou homem, na minha incerteza de não querer ser.


CARLOS ROBERTO VENTURA

domingo, 6 de março de 2011

ASSOCIAÇÃO AMANARI
ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL
DIREITOS HUMANOS - CULTURA – MEIO AMBIENTE – ECOLOGIA - CIDADANIA
Rua Benedito Gonçalves dos Santos, 106 – Vila São João
12.281-390 – Caçapava/SP – Telfax: (12) 3652-6537
semeandosobrerodas.blogspot.com

INVERSÃO
.A ciência admite o desaparecimento da humanidade, causado pelo que ela chama de inversão. Não é estranho aos nossos ouvidos esse termo. A sociedade vive há décadas uma inversão ambiental, ecológica, de valores morais e de comportamento diante da vida. A vida planetária é esgotável. O sol é esgotável e findará suas atividades. Precisamos sair dos conceitos feéricos e olhar fora do genuflexório das religiões essa realidade em que vivemos. Nós podemos conviver com uma pessoa durante toda a vida sem amor. Mas, ninguém suportará viver uma semana, dois dias, sem o devido respeito. E o que está invertendo todas as coisas no mundo é a falta de respeito. Os Maias profetizaram o fim do planeta para o próximo ano. Uma data que está em seus escritos: 12 de dezembro de 2012. A ciência do homem moderno, admitindo o desaparecimento da humanidade, fora dos conceitos filosóficos, religiosos, associa-se direta ou indiretamente, ao que nosso raciocínio, diante dos fatos, identifica sem paixões, ou seja, o fim da raça humana. Não creio no fim do mundo. Nem do nosso planeta. Mas creio no desaparecimento da humanidade. Não por castigo dos céus. A cada ser humano é dado o direito de acreditar no que melhor entender para si. Somos prepotentes, invasores, vaidosos, orgulhosos, considerando-nos os seres mais perfeitos a habitar essa casa cósmica. Partindo desse pressuposto, não podemos chamar de inteligência nossas ações que condenaram a humanidade ao banimento dessa vida terrena. Essa corrida ao caos, ao desespero, aos cataclismas, aos espetáculos dantesco de destruição é irreversível. Não sou profeta e nem acredito neles. O que escrevo é fundamentado no que vejo. E vejo desrespeito à vida em todos os lugares. São raros os comportamentos que visam a preservação da vida de todos os seres. A lei do “salve-se quem puder” foi assinada com a pena da nossa arrogância. Está tatuada nas estrelas. A inversão está na terra, no fogo, na água e no ar. Onde havia vida, há lixo. Não temo pela chegada do holocausto provocado pela humanidade. Assumo essa minha condição de criatura humana, ainda que não me julgue um algoz do que a natureza nos ofertou. Minha indocilidade é fruto do meu amor à vida. E se você considerar que meus comentários é puro pessimismo, que sua fé é mais forte do que eles, que há alguém em algum lugar capaz de não permitir que tudo isso aconteça, comece a observar um pouco mais o que já está acontecendo. Fique atento aos sinais sagrados da Mãe Natureza. Ela esgotou-se na gratuidade do seu amor. Produziu vida e recebeu morte. A sua morte.  

CARLOS ROBERTO VENTURA
Presidente Fundador
RG. 9.910.021

sexta-feira, 4 de março de 2011

QUINTAL ECOLÓGICO

PROJETO QUINTAL ECOLÓGICO..nada de pisos frios...nada de concreto...nada de cimento...deixe seu quintal na terra..faça hortas..faça jardins...plante árvores frutíferas...deixe as águas da chuva correrem livremente para o lençol freático (subsolo)...a água potável está acabando....traga a natureza bem pertinho de você...pássaros..borboletas..joaninhas...ajude a TERRA a viver...seu quintal é de piso frio...cimento...concreto? Mude tudo isso já...(Xamã Ventura) Caçapava/SP/Brazil.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Nós não estamos no planeta por conta do acaso...a Sagrada Mãe Natureza, no seu momento mais divino, no amor, com amor, pelo amor, criou todos os seres, inclusive aqueles que chamamos de seres humanos. Então, motivada pelo processo natural da criação, incentivou os quatro elementos a nos servir, ainda que em nossa ingratidão, nossa ignorância, fizemos do planeta Terra um gigantesco depósito de lixo. Preservar a vida não é mais uma questão só ambiental e sim de inteligência. (Xamã Ventura) Caçapava/SP/Brazil.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

ASSIM SERÁ

Um dia, um velho índio, como em um passe de mágica, materializou-se à minha frente...o susto não deu oportunidade para minha fala...mas ouvi o que ele me disse entre soluços e lágrimas..."aos que amam a vida, ainda que vivam em um mundo de seres inteligentes, restarão migalhas que deverão ser recolhidas e armazenadas nos corações, pois as mentes estarão ocupadas com maldades e mentiras". (Xamã Ventura) Caçapava/SP/Brazil.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

DO HOMEM PARA O MAR....

ASSOCIAÇÃO AMANARI
ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL
DIREITOS HUMANOS - CULTURA – MEIO AMBIENTE – ECOLOGIA CIDADANIA
Rua Benedito Gonçalves dos Santos, 106 – Vila São João
12.281-390 – Caçapava/SP – Telfax: (12) 3652-6537
semeandosobrerodas.blogspot.com

DO HOMEM PARA O MAR

No mínimo, a última vez que visitei uma praia, já se aproxima de 20 anos. Visitei cidades praianas, mas não partilhei com o mar. Fui para rever amigos. Fazer apresentações. Palestras. O mar sentiu. Eu também. Afinal, sempre fomos ótimos parceiros. Dos tempos de hippie, circuncidado pelo agrilhoar das drogas, eu amava ficar horas observando-o, sem perguntas, nenhum questionamento, sentado sob um toco podre de árvore arrancada pela força da própria natureza. Depois, com o passar do tempo, nas minhas observações, via fezes humanas boiando, óleo de navios assassinos, lanchas e outras embarcações para a diversão humana. Paulo Coelho escreveu: “As margens do Rio Piedra, eu sentei e chorei”. Eu chorei ali, onde as ondas quebram, onde o marisco passeia, onde as estrelas se perdem, onde as tartarugas caminham para a vida. Resolvi não chorar mais diante do mar. Então me recusei a observá-lo novamente. Não gosto de visitar moribundos. É triste ver a vida falseada em prantos disfarçados, engolidos com a saliva, a título de tentar enganar a vida. Como meu próprio caudilho, determinei que, diante do mar, eu faria uma reverência longe de seus tentáculos. Não há como conciliar vida e sujeira. Crime contra a natureza e amor à vida. Respeito ao que é Sagrado com arbitrariedade e ignorância humana. Alguns amigos retornaram do feriado das festividades idiotas. Que louvam bebidas e glutões. Relataram absurdos. Nada fora dos padrões normais, ou seja, lixo, fezes, depredação de rochas, peixes mortos por alguma atividade humana, mais áreas desmatadas nos santuários da Serra do Mar, etc. Desculpem eu usar o “etc”, não é falta de vocabulário, procuro não sintetizar em milhares de adjetivos os crimes dos seres humanos diante da Sagrada Mãe Natureza. O homem tornou-se um filósofo da clopemania. Rouba os valores que deveriam durar eternamente para sua satisfação temporária. Não quero mais ir a praia para uma parceria amigável com o mar. Ele sofre. Agoniza. Meus rios também. As matas, coitadas, desgraçadamente condenadas pelos crimes ambientais e descasos políticos, morrem queimadas ou derrubadas pelas correntes poderosas dos tratores de proprietários de portos de areia. Esses empresários sorriem gostosamente em suas mansões. Sorriem pelo conforto material. Zombam de todos nós que nos preocupamos com a vida e ainda nos consideram “eco chatos”. A praia perdeu a cor. O mar, as águas prateadas, azuladas ou esverdeadas. Suas águas estão escuras, submetidas aos ataques predadores e malditos dos seres humanos. Não vou mais à praia. E sinto quando uma criança pega virose e passa horas no pronto socorro por ter ingerido inconscientemente um pouco da água salgada. Turva. Não me preocupam os adultos. Esses poderiam morrer intoxicados como os próprios peixes e moluscos. Deveriam ser extintos como os plânctons. Esmagados como as ostras. Pisoteados como as estrelas e caranguejos. Meu amado mar, não me queira mal, amei seu mangue, suas águas, suas pedras, seus habitantes, como um bem precioso que recebi graciosamente da Sagrada Mãe Natureza. Amei e continuo amar, ainda que em parceria com sua agonia, seu êxtase confuso na exaltação da vida e na consciência da morte. Um abraço de quem não se orgulha mais em ser um homem. Voltarei ameba, cheia de esperança em reproduzir vidas novas, limpas, sadias, livres e perfeitas. Adeus.



CARLOS ROBERTO VENTURA
Presidente Fundador

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Carta....

CARTA AOS SERES HUMANOS DE MENTES INSANAS

Em 1856 descobriu-se, perto da aldeia alemã de Neandertal, um crânio de aspecto simiesco, mas com capacidade cerebral de 1.600 a 2.000cm3. Classificou-se o achado como a transição para uma espécie mais evoluída, o Homo sapiens, de que o exemplar da Alemanha constituiu a subespécie Homo sapiens neandertalensis. Eram indivíduos de caixa craniana e rosto grandes, que teriam vivido no sul e no centro da Europa, assim como no Oriente Médio, entre 100.000 e 35.000 anos atrás. Supõe-se que o desaparecimento do homem de Neandertal resultou do predomínio da outra subespécie, o homem de Cro-Magnon, que procedia do Oriente.
       Os primeiros fósseis de Cro-Magnon (localidade do sul da França) têm cerca de 32.000 anos, mas é provável que tenham penetrado na Europa antes dessa data. Outra hipótese atribui a extinção do homem de Neandertal ao cruzamento entre as duas subespécies. Os dois tipos de esqueletos foram encontrados, praticamente juntos, no monte Carmelo, em Israel.
       O pleistoceno, que abrange o último 1,6 milhão de anos, caracterizou-se pelas cinco glaciações sucessivas que ocorreram sobre a Terra, intercaladas por quatro intervalos mais brandos. O homem atual, frágil e de corpo relativamente desprotegido, apareceu entre as duas últimas glaciações. Nas suas deficiências físicas encontrou o desafio que o seu grande cérebro enfrentou com êxito: aperfeiçoou a proteção contra as dificuldades e ameaças da natureza e inventou instrumentos para, de diversas maneiras, dominar o ambiente e diversificar suas condições de vida.
      Dominador, fortalecido pelo cérebro pensante, descobridor da vaidade, da ambição, do preconceito, da avareza, da hipocrisia, submeteu os outros seres, bem como, a água, a terra e o ar, aos seus ditames exploradores e criminosos. Sua saga destruidora, elevou-se para o infinito azul, distante dos nossos olhos, colocando lá, assim como nas profundezas oceânicas, rios, nascentes, lençol freático, o lixo gerado pela sua incompetência em lidar com a preservação.
      Obsceno no trato com a vida, invadiu florestas, incendiando áreas sagradas, expulsando índios, em nome do deu criado para o conforto material, o progresso. Sua insanidade foi tamanha e continua sendo, que, o pulmão verde da Terra está sendo subjugado, arrazado, diante dos olhares beneplácitos do poder político...um poder ridículo que se provê do descaso e do dinheiro que financia a destruição. É a corrida do ouro do nosso tempo. A filosofia do ter pisoteou a proposta do ser.
      Esmagados, exprimidos, execrados, os recursos naturais transformam-se em grandes lixões. Sobre nossas cabeças, no espaço, giram máquinas que sujam e mostram nossa arrogância nas questões pessoais, onde a fama, os prêmios, incentivam a individualidade e matam a coletividade. A lei do “salve-se quem puder” está estampada nas bandeiras dos países, enquanto alguns abnegados, defensores da vida, pintam na terra, na água, no ar e no fogo, nos quatro elementos, as cores do “um por todos e todos por um”.
      Céu e terra se encontrarão. As águas invadirão as cidades. O planeta responderá às agressões sofridas. Não matará com a mesma saga humana, apenas tentará sobreviver diante desse holocausto que vem sofrendo desde que o homem aqui pisou. A Sagrada Mãe Natureza não é vingativa. Ela é criadora e tenta sustentar a vida diante do descaso dos homens. Seus genes, espalhados pelo Universo, encontram-se protegidos para após o desaparecimento da raça humana, predadora, assassina, de espírito bélico destruidor, possam ser paridos do ventre sagrado que a tudo gerou, sem sofismas, sem dogmas, sem delírios, sem fanatismos religiosos, na liberdade própria da criação.
      Eu já vislumbro os sinais há décadas. Os homens da ciência também. Eu sei que o caos será instalado e dominará a superfície terrena. Não é profecia. É observação diária, do céu, da terra, da água, das matas, dos animais, que desenham em desesperos suas quotas de lágrimas e dor. A ciência se escusa. Está comprada. Os governantes desejam a disputa tecnológica, dominar os céus, a terra, em contrapartida, promover a fome, sacrificar vidas, para a satisfação da vaidade, da ilusão, de um poder político que fede as entranhas de todos os que já morreram em nome desse progresso insano e maldito.
      Estou com sessenta anos de idade, o que vi e continuo vendo, não me assusta mais, é o que tenho de real, depredação da vida, dos reinos, onde nem mesmo água potável temos para beber. Em alguns países, o tratamento de esgoto se faz necessário, transformando-o em água para consumo humano. È o início do caos. Da dor, do investimento na morte e na destruição. As ogivas nucleares não suportarão os acontecimentos naturais. Explodirão. Os reatores atômicos, não sobreviverão às temperaturas e vazarão como tumores das doenças da raça humana.
      Como ambientalista, amante da vida de todas as espécies, luto há décadas para através da conscientização das pessoas, evitar o que é inevitável. A corrida para a morte e o desaparecimento da raça humana é irreversível. Aqueles que sobreviverem, não poderão ser chamados de seres humanos. Não haverá sentimentos. Não haverá solidariedade. Não haverá quem possamos chamar de irmãos. Serão sobreviventes de uma causa maldita, financiada por investidores malditos, que não dobraram seus joelhos diante da vida que pulsou por milênios, livre, senhora absoluta em todos os reinos.
     Chamem a isso de pessimismo...eu prefiro considerar uma realidade...que a cada segundo, caminha mais rápida. Na terra. Na água. No ar...observados pelo fogo sagrado que vomitará suas chamas para a esterilização definitiva dessa espécie que, não deu mostras de inteligência, mas sim de prepotência, indiferença, diante da criação que foi capaz de uma submissão em nome de todos os seres...
      Terra...se um dia eu voltar a pisar seu solo sagrado, não me traga como humano, escolha o que você quiser, aceito ser uma simples ameba...um piolho...uma salamandra...uma águia...um protozoário....
CARLOS ROBERTO VENTURA
CAÇAPAVA/SP/BRASIL
XAMÃ