segunda-feira, 24 de agosto de 2009

domingo, 16 de agosto de 2009


DESCULPE-ME

Hoje me lembrei de tantos amigos. Alguns que perdi pelo chamado do céu e para lá resolveram partir. Outros, perdi ao longo desse percurso terreno, cheio de imperfeições, onde as vezes o amor não é suficiente para mantê-los ao meu lado. Só sei que me lembrei de todos eles. Alguns que estão distantes pela ignorância que deixo sair do meu íntimo e apelo pelas minhas fraquezas de ser humano. Mas, juro que eu não desistirei de amar e reaver todos aqueles que perdi pelo meu jeito estúpido de ser. Continuarei tentando dentro das minhas possibilidades evitar que eles partam, seja pelo chamado do céu, seja pela minha ingratidão em não saber deixá-los junto a mim. Só sei que me lembrei de todos eles. Como um filme passado na consciência, filmado pela alma, cujas cenas vivas encheram meu ser, os vi na minha frente, brincando, sorrindo, zangados, xingando e me enchendo de saudades. Eu sou o que a Sagrada Mãe Natureza me permitiu ser. Não discordo dos seus projetos bem elaborados. Eles são divinos, no entanto, não pertenço a uma casta de seres perfeitos e pela minha imperfeição, pago um alto preço nessa existência. Quisera saber me manter fiel aos meus princípios de amor. Quando vejo as possibilidades se juntando como contas de pérolas em um colar sagrado, logo tropeço na minha prepotência e caio de cara no chão. Não permaneço caído. Isso não está em meus planos. Levanto-me, olho para quatro dedos acima da linha do horizonte, faço o amor de todos os amores reencarnar em minhas entranhas, desenhando uma nova planta estrutural para meu caminho. Só sei que me lembrei de todos eles. E por alguns momentos, sem medo dos tabus criados por todos nós, eu não vacilei em permitir que a emoção tomasse conta do meu ser. Um ser humano. E recordei dos meus antepassados que diziam, franzindo a testa: “Homem não chora meu filho”. Estavam equivocados e não sabiam. Nós choramos sim. Pela ausência. Pela demência que toma conta da gente em algumas situações. Choramos pela partida e pela chegada. A dor também nos consome e arranca algumas lágrimas. Mas, nesse meu jeito de ser, entre o ódio e o amor, o oceano de loucuras que travo em meu peito na tentativa de amar incondicionalmente, eu me lembrei de tantos amigos. Entre eles, estava você. E ao final dessa minha viagem, consciente, livre, sem a terrível pressão da sociedade hipócrita, deixei escapar uma palavrinha mágica que as vezes nos esquecemos dela: Desculpe-me.


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

LIBERDADE E AMOR

“Um homem que, na vida, ia atrás da verdade, perguntou ao discípulo de um Mestre qual seria o sentido desta vida. Depressa o aluno foi consultar os escritos do seu famoso Mestre; depois voltou trazendo as palavras textuais que achou no livro: “A vida é, simplesmente, uma expressão da grande exuberância do infinito”. Mas, o homem da pergunta, um dia, encontra o próprio Mestre e indaga dele a mesma coisa. E o Mestre respondeu: “Pois eu não sei!” O que procura diz “Não sei”: é honestidade. O Mestre diz “Não sei”: há nisto um misticismo que, através deste “não-saber”, conhece tudo. Mas o discípulo diz “Eu sei”: e nisto revela ignorância sob a forma de ciência emprestada”. O crente fanático encontra sempre uma resposta para tudo. E o fanatismo é condenável em qualquer atividade humana. Assim, quando as pessoas posicionam-se em favor de filosofias e dogmas, estão apenas estimulando a vaidade e a ignorância sob a forma dessa mesma ciência emprestada. Quando o homem nasce, recebe como providência da Sagrada Mãe Natureza, o primeiro alimento do seio materno. Não aparece com um selo na testa onde se lê qualquer rótulo religioso ou filosofal. As pessoas devem permanecer livres para submeter a consciência ao jugo próprio de suas escolhas. A validade de uma escolha, afastada das conceituações paternalistas, das tradições das famílias, tem como principal receita, o respeito a essa liberdade que vem associada ao nosso nascimento. “ Outubro de 1917: nasce a Revolução Russa. Com ela a história humana recebe nova dimensão. Dizem que, exatamente neste mês, estava a Igreja Ortodoxa reunida em Concílio. Discutia-se, então, acaloradamente qual devesse ser a cor da sobrepeliz a ser usada em tal e qual função. Queriam uns que fosse branca mas outros exigiam fosse roxa. Enquanto o incêndio devastava Roma, Nero dedilhava a lira!”. “Ter que enfrentar uma Revolução é infinitamente mais enjoado do que organizar uma bela função litúrgica”. Precisamos de revoluções e reflexões honestas, livres, onde estimularemos o amor incondicional, desprendido, absolutamente sintonizado com a liberdade plena de todos os seres, nascidos livres. Aquele que não crê em um deus, é um ser humano igual ao que possui um dogma de fé. A diferença não pode ser medida pelas escolhas, mas pela quantidade de amor que existe em cada alma.

sábado, 1 de agosto de 2009

NÃO VENDA SUA LIBERDADE

Não sei se as pessoas estão observando que, nos últimos tempos, os grandes impérios, as instituições milenares, aqueles que tinham o domínio sobre uma grande parcela da população, estão caindo dos seus tronos de ouro e pedras preciosas. Outras derivações estão chegando com a mesma intenção de abocanhar as almas que sofrem. O ataque vem sendo feito em massa e os incautos trocam suas convicções por novas promessas de um paraíso perfeito, onde anjos ociosos, tocam flautas, harpas, sorrindo da própria mentira. A terra prometida comprometeu e nada deu. Ainda caminham sobre o planeta, nômades, disputando palmo a palmo uma fatia do espaço que é de todos nós. As trincheiras estão ensangüentadas. As divisões se multiplicam e quem possui maior aparato bélico, passa a ser proprietário do que não pertence a ninguém, e ao mesmo tempo é de todos nós. A dominação é por terra, por água e por ar. Pregações misturam-se com dominações. Há um conluio entre a riqueza material e a promessa espiritual. Quem quiser entrar no falso céu dessa composição mesquinha e arbitrária, precisará comprar o ingresso, pesquisar se ele é temporário ou definitivo. Há camarins, arquibancadas cobertas e o lugar reservado ao povão. Pagou entrou. Não pagou dançou. E segundo os donos da verdade, se você for um dos que dançar, o fará sobre brasas, que se formou ao longo da história, em um lugar chamado inferno. A pedagogia do medo aprisionou as almas. Há muitos acorrentados pelos pés e pelas mãos. O medo calou as vozes. Gerou covardes. Uma gigantesca procissão muda, cabisbaixa, resolveu aceitar, com preguiça de questionar. Entregam, aos ladinos, seus bens materiais, o dinheiro na prosa do dízimo sagrado, representando a maior indústria de mercadores de almas. São “marreteiros” profissionais. Seus produtos, incentivadores para a compra de um lugar no céu, trazem rótulos de medo, pânico, mentira, falsa esperança e a repetição da história das conquistas religiosas. Há tanta mesquinharia que a hipocrisia ajoelha-se diante dos seus altares. Há quem não deseje a alfabetização do povo. Há quem use a ignorância da nossa gente, para encher os cofres de instituições, indústrias bélicas, em parcerias que espedaçam a esperança.. O amor não se cala diante dessa realidade que um dia deixará de existir. Os falsos profetas estão caindo com seus impérios e templos. Quem viver verá. Livre-se das amarras. Nós nascemos livres como os pássaros no céu. Não venda sua liberdade. Há um grande templo que nos pertence, erguido pelo amor incondicional e natural . O universo infinito. Ore nesse templo. Ele não se limita a quatro paredes.