segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

EM RAZÃO DA VIDA

O tempo que se arrastou com esse pesado fardo de ignorância humana, no pisoteamento dos valores insubstituíveis, nesse legado de nulidades em nome de um progresso carcomido pelas mentiras, reflete-se na alma dos que amam a vida e vida em plenitude. Quem defende ideologias recheadas de valores, entre elas, o respeito a natureza divina que brota em cada esquina, afugenta-se no intimo da alma, mesclando amor e indignação. A cegueira absoluta que abrigou-se nos olhos dos políticos, da maioria das pessoas, não pode ser curada pelos nossos esforços em favor da vida. Nesse terreno político, onde o que predomina é a safadeza, a ironia, o descaso e a incompetência, somos considerados seres alucinados, fanáticos, confusos, em tentar preservar a vida em todos os seus segmentos. No contexto geral, alavancado pelo consumismo irrestrito, grama plástica, pássaros eletrônicos, árvores de cimento, recebem selos de aprovação dos governos, afinal, o ódio contra a natureza divina das coisas, alimenta a indústria da corrupção, que envenena de forma mortal as matas e extingue a fauna. A artificialidade, parida pelo abuso do poder, pelo financiamento de interesses escusos, sufoca o espírito liberto que agoniza suas ultimas odes em favor da vida. Nós sabemos onde estão os lixos humanos, e reconhecemos que a natureza é a grande lixeira. A vida pulsa no compasso moribundo de um coração febril e alucinado em sobreviver. Comercializamos o amor. Estupramos os direitos. Enforcamos as prerrogativas que sustentavam os sonhos e ideais. Assassinamos os sonhadores e idealistas. Defender a vida é solicitar a morte elaborada dentro dos gabinetes políticos. Há uma sujeira que não pode ser varrida sob o tapete dessa realidade. Ela sedimentou-se no calendário das propostas em favor do progresso. Ela é senhora absoluta na sustentabilidade do descaso, da corrupção, da política, assinada pela conivência, que ousamos em detrimento aos nossos direitos, chamar de conveniência. Nas hostes palacianas, nos conluios do Planalto Central, nos nichos da cancerosa politicagem, a vida recebeu o selo que o preconceito em muitos países, colou na testa dos seus párias. Eu sempre defenderei a vida, ainda que ela esteja morrendo.

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