sábado, 28 de julho de 2007

O QUE PENSAM OS ANIMAIS


O que pensam os filhotes da capivara morta, que é retirada da água cheia de chumbo, que a arma do caçador idiota atropelou e que na inocência comparada a de nossos filhos, continuam a sugar as tetas sanguinolentas da mãe? O que pensa a senhora passarinha diante dos ruídos das motos serras e das derrubadas das árvores com seus filhotes ainda no ninho? O que pensa o cachorro de rua que antes de adoecer era bem tratado pelo seu dono? O que pensa o boi quando entra no corredor da morte e moribundo ainda vê o homem rindo pela sua queda no matadouro? O que pensam as borboletas que enfeitam nossas matas se as matas estão dando lugar as pastagens que alimentam a ignorância humana? O que pensam os rios e os oceanos diante das toneladas de esgotos e lixos despejados pelos seres humanos? O que pensa a Mãe Terra observando seu próprio final lançado à deriva, pelos seus filhos que se tornaram bastardos? O que pensam os seres divinos que antigamente caminhavam pelas florestas e conviviam pacificamente com os donos das terras, os índios, que estão em extinção como muitas espécies? O que pensam os seres minúsculos que vivem sob a proteção da invisibilidade, mas que não estão livres de serem exterminados pelo nosso ódio à vida. O que pensa a Sagrada Mãe Natureza diante dos avanços da tecnologia que só fabrica ilusões e acaba com a realidade divina das coisas. Não há mais paz na Terra. Não há mais parâmetros de respeito. O homem engole o homem. A ansiedade estabelece erros e medos. A liberdade é um processo em decadência. A vida tornou-se um jogo de interesses e a morte sorri na poltrona da espera. O tempo consolidará minhas previsões. Desde quando anularam os desígnios divinos, ainda que nada tenham de relação com os conceitos religiosos, pois a divindade é absolutamente livre e coesa com a própria vida e não está atrelada ao que o homem acredita, a violência pariu mais que a natureza. O que pensar a respeito de tudo o que fazemos se nossos pensamentos só costuram peças defeituosas e artificiais? As síndromes tomam conta das bulas médicas. A máfia do medicamento enriquece a cada segundo vendendo pílulas de açúcar aos psicóticos e esquizofrênicos. Não há equilíbrio na condução de nossa sociedade. Líderes são gigantes na corrupção. As religiões sobrevivem do suor dos fiéis. A venda de terrenos no céu continua. O pavor do inferno define em que acreditar. Sinto vergonha de pertencer a raça humana. Não pude escolher a minha forma de ser quando aqui cheguei. Me envergonho de pertencer aos maiores predadores da minha querida Pachamama (Mãe Terra). O que pensar? Ou você é daqueles que acha que os animais não pensam?

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabens meu irmão Xamã pelo seu blog. Muito bem construido.
George Lee

Anônimo disse...

O que pensam... o que pensar??!!???...

Beijinhos,
Biritib@