terça-feira, 25 de dezembro de 2007

A QUIETUDE É VIDA

As leis que governam o mundo não pertencem aos homens. Há um comando que não pode ser explicado pelas nossas limitações. Os rótulos, impostos pela nossa vaidade, pela nossa prepotência, não passam de factóides. As denominações de seres extraterrenos, divinos ou não, são formas pensamentos que transferimos da nossa intelectualidade para a satisfação do nosso ego. Precisamos de respostas para alimentar essa ansiedade que nos envolve no dia a dia, diante desse incomensurável poder natural a nossa volta. A humanidade precisa caminhar em alguma direção. E as direções são muitas. As teorias infinitas. A especulação continuada modifica-se de acordo com nosso apetite de conhecimentos. Não há uma verdade absoluta. Há considerações e situações que satisfazem aos anseios de seitas, castas, religiões, filosofias e outras expressões que compõem o direito e a liberdade das pessoas. Percebo pessoas dedicadas, estudiosas, pesquisadoras, que testemunham suas percepções e seus contatos com seres espirituais, capacitados a lhes transmitir ordens e conceitos sobre a origem da vida em nosso planeta. São muitas teorias. São muitos os que defendem uma bandeira, uma postura determinada quanto ao que acreditam. Porém, há quem não se preocupe em ficar correndo atrás de respostas no referencial vida. Há quem entenda a perfeita relação homem e natureza. São pessoas que se colocam à disposição dessa força magnética, espiritual e natural que se expande além da nossa casa cósmica e atinge o infinito. Seria possível a gente raciocinar diante do infinito cosmo? Cosmologia e cosmogonia podem ser compreendidos pela nossa percepção sensorial, racional ou espiritual? Conceber a infinitude do cosmo é uma declaração de que nossa inteligência é mutável e se edifica na mesma proporção em que a natureza nos concede o que precisamos para sobreviver. Ou seja, somos o que a criação e o princípio natural na feitura dos seres nos permite ser. Não somos a figura central do universo. Quem nos define assim somos nós mesmos. Isso é pura vaidade, nada mais que vaidade. Ambição e radicalidade fazem parte da nossa gestão humana na Terra. Somos seres vivos pertencentes ao reino animal. Há o reino mineral e o vegetal que nos ajudam a equilibrar os destinos do planeta. E quem contribui para o desequilíbrio, somos nós, dotados de racionalidade e discernimento. Os mistérios insondáveis da criação não nos pertencem. Há quem se submeta aos princípios que fornecem respostas para a origem de tudo. Aos que criaram um deus e deuses. Como disse um grande pensador diante dos seus próprios questionamentos: “O que sei é que nada sei”. Eu sei que as coisas que nos cabem compreender, não nos levarão ao conhecimento e ao descerramento dessa cortina sobre a origem de tudo. O hímen desse mistério chamado vida não será penetrado pela ignorância do homem. Conceituações poluem nossas mentes. Conceitos por serem conceitos não são absolutos. Eu amo viver e servir aos propósitos do que é energia pura. Essa energia pura é o que estabelece as condições para que a vida continue. Você quer dar um nome para essa energia como muitos já deram? Faça-o. Eu prefiro ser filho do natural e me abasteço naquilo que acredito ser divino e onipresente. Os mistérios da criação. Reconheço saber apenas o que me permite ser feliz. Vivo a harmonia que existe em razão das energias cosmológicas e cosmogônicas. Sou um ser vivo como milhões de outros. Sou as bactérias e os vírus. Estou inserido nesse contexto para viver e não me envolverei no abuso e no estupro dos mistérios insondáveis da criação. Verdades não me satisfazem porque são frutos da vaidade humana. Estou satisfeito em ser. E não me preocupo com o ter. O que tenho me foi dado sem eu pedir. Devo agradecer...agradecer...agradecer...o resto é pura ilusão. Vivo o real.



Um comentário:

Anônimo disse...

Ora nem mais!
Belo texto que retrata os seres, a mente, a vida...
Beijinhos,
biritib@